Contra-moção para a Assembleia Geral Anual de Accionistas da Heckler & Koch AG a 27 de Agosto de 2020.
As acções dos membros do Conselho dirtivo não são aprovadas.



Accionista Jürgen Grässlin

Contra-moção para a Assembleia Geral Anual de Accionistas da Heckler & Koch AG a 27 de Agosto de 2020.
As acções dos membros do Conselho dirtivo não são aprovadas.

Sobre o ponto 3 da ordem de trabalhos:
»As acções dos membros do Conselho dirtivo não são aprovadas.

Justificação:

O Conselho Executivo da Heckler & Koch AG tinha assegurado tanto a nós, accionistas*, como ao público em geral que, nas exportações de armamento, a »Estratégia do País Verde« seria sistematicamente cumprida. Prometeram que as armas ligeiras seriam fornecidas exclusivamente aos »bons da fita« nos Estados da OTAN, Estados associados à OTAN ou Estados da UE.

A CDE (»Compagnie de Développement de l'Eau«) com Nicolas Walewski, que assumiu recentemente o pacote de acções do principal accionista Andreas Heeschen, confirmou também num comunicado de imprensa da H&K de 17.07.2020 que a empresa continua a agir em conformidade com a »Estratégia do País Verde«. Mas que valor têm tais promessas se a verdadeira política de exportação de armas no ano fiscal de 2019 lhes contradiz flagrantemente? A promessa de entregar apenas »aos bons da fita« revela-se uma frase vazia.

Actualmente, as »boas« forças armadas francesas estão equipadas com 102.000 espingardas de assalto HK416F e 10.767 lança-granadas HK269F, acessórios, munições e peças sobressalentes. Nas forças armadas estatais, que incluem a Legião Estrangeira Francesa, as espingardas de assalto FAMAS utilizadas até agora estão a ser substituídas por modernas HK416F como »Arme Individuelle Future (AIF)«.

Entre outras, as forças armadas francesas lutaram ou estão a lutar nas ex-colónias. E sabe-se bem que a Legião Estrangeira, temida como a unidade especial militar mais dura e impiedosa do mundo, assassina em operações em todo o mundo. As suas missões servem os interesses económicos e a preservação do poder franceses. Com a troca das espingardas FAMAS, as unidades da Legião Estrangeira poderiam, no futuro em todo o mundo, disparar e assassinar com armas H&K.

Da mesma forma, unidades especiais britânicas e americanas - como »os bons da fita« equipados com armas H&K - estão a cometer operações de combate em campos de batalha em todo o mundo, sem qualquer moral e ética e, até mesmo, de forma parcialmente ilegal. Nos EUA, o movimento »Black Lives Matter« lamenta os assassinatos desenfreados e deumanos de cidadãos afroamericanos por agentes da polícia norte-americana, na sua maioria brancos. Para além de unidades especiais, os agentes da polícia dos EUA também dispõem de armas H&K.

É de temer que o enfraquecimento da auto-imposta »Estratégia do País Verde«, que nada mais é do que uma campanha para propagar uma boa imagem da empresa, continue como começou e se praticou já no ano de 2019. O último pico negativo é a exportação de armas ligeiras para Singapura e Coreia do Sul, solicitada pela H&K e aprovada pelo Conselho de Segurança Federal no início de Julho de 2020. Ambos os países não são membros da UE nem da OTAN ou associados. Segundo o relatório sobre direitos humanos da Amnistia Internacional, Singapura está a ser ainda mais des-democratizada, os direitos humanos e civis estão a ser ainda mais desmantelados, e a pena de morte tem sido e está a ser executada. A Coreia do Sul está em conflito militar com a Coreia do Norte, a qualquer altura poderão ocorrer confrontos violentos - então também com armas H&K.

Conclusão: No exercício financeiro de 2019, o Conselho diretivo de H&K voltou a não satisfazer as suas próprias exigências e objectivos.

Nota: Deve-se também realçar que o Comando das Forças Especiais (KSK) da Bundeswehr, como unidade militar dos »bons da fita«, foi e será exaustivamente equipado com armas ligeiras pela H&K. Os principais meios de comunicação alemães, como o DER SPIEGEL, contam o KSK entre o »lado sombrio do PODER ESTATAL«. As razões para isto incluem, entre outras, »saudações de Hitler«, depoimentos da Wehrmacht e esconderijos para armas.

Em Junho de 2020, um capitão do KSK informou a Ministra Federal da Defesa Kramp-Karrenbauer numa »carta de fogo« sobre os abusos de extrema-direita no KSK. Ele escreveu que estes fossem aprofundados e estruturais. Continuou que, as tendências extremistas de direita sejam »colectivamente ignoradas ou mesmo toleradas«. E é precisamente este KSK foi equipado de forma abrangente pela Heckler & Koch com pistolas, submetralhadoras, espingardas de assalto, metralhadoras e espingardas de atirador furtivo. Estes incluem o P8 Combat, P12 (HK USP Tactical offshoots), a pistola de granadas P30, 40 mm, MP5, MP7, UMP, G36, AG36 lançador de granadas, HK416, MG4, MG5 e G8 (HK21).

Após »numerosos incidentes de extrema-direita«, a segunda companhia de comando KSK foi dissolvida (Fontes: DER SPIEGEL, 08.08.2020, p. 8 ff. e https://de.wikipedia.org/wiki/Kommando_Spezialkräfte#Bewaffnung). Até hoje ainda falta um sério distanciamento do conselho administrativo de H&K em relação aos extremistas de direita na Bundeswehr e na KSK.

Pelas razões acima referidas, solicitamos aos accionistas da H&K AG: Junte-se às nossas contra-moções e transfira os seus direitos de voto para os »Accionistas Críticos* da Heckler & Koch«, que é apoiada pela campanha »Acção do Grito - Parem o comércio de armas«!« por numerosas organizações (RIB e.V., DFG-VK, Viver sem Armas, pax christi, IPPNW, urgewald, iniciativas de paz, etc.).

Contacto e Informações:
cc RüstungsInformationsBüro, RIB e.V. com a REDE GLOBAL – PARAR O COMÉRCIO DE ARMAS, Stühlingerstr. 7, 79106 Freiburg, (www.rib-ev.de / www.gn-stat.org) e organização central de accionistas críticos em Colónia, (www.kritischeaktionaere.de).«

Tradução: Erika Weisser